19/08/08

intervenção mural de KWAME SOUSA e RENÉ TAVARES no Café e Companhia








Algumas imagens da intervenção mural dos artistas KWAME SOUSA e RENÉ TAVARES no Café e Companhia, no passado dia 14 de Agosto de 2008.

Está entretanto em preparação um painel conjunto dos mesmos artistas também para o Café e Companhia, fruto de uma encomenda da proprietária do Café e coleccionadora Maria João Pombo.



Coordenadas para uma visita ao Café e Companhia:

Praça da Amizade e Solidariedade entre os Povos, junto à Bomba de Abastecimento de Combustível, bem no centro da cidade de São Tomé. Tel. (+239) 226622.

14/08/08

PEACE, OTHER FACE | exposição de KAWME DE SOUSA na galeria Teia D'Arte



Vista da instalação resultante da performance "Não se combate a paz com armas", realizada na Galeria TEIA D'ARTE, em São Tomé

(exposição com pintura, esculturas e instalações, aberta ao público até final de Agosto de 2008)

TEIA D'ARTE
Rua Mártires da Liberdade
São Tomé * SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
Tel. (+239) 225135 
Email: ceiarte@cstome.net



Artigo escrito por EDLENA BARROS no "Correio da Semana":

Com 11 quadros, uma escultura, uma instalação e uma performance, o artista plástico falou da guerra. Segundo ele, a guerra é um tema em evidência mas que passa despercebido. "As pessoas olham para o mundo e vêem roupa, sapatos, grandes casas, carros bonitos e mulheres giras, mas não olham para todo o resto, que são as pessoas que estão a passar fome e que estão a ter problemas porque o seu país está em guerra", disse Kwame de Sousa.

Nos quadros misturam-se cores, imagens e palavras. Imagens que retratam a guerra e palavras que passam mensagens, que chamam a atenção para aqueles que ele considera serem as principais vítimas da guerra: as crianças. "Falo da família, da ligação familiar e da perda da própria ligação que acontece com a guerra e falo das crianças que ficam sozinhas no mundo. Nós sabemos que o nosso mundo é um mundo que dilacera tudo, se não tivermos cuidado com as pessoas, porque o pior inimigo do homem é o próprio homem".

Durante a sua performance intitulada "Não se combate a paz com armas", Kwame fez uma crítica a sete países que são grandes produtores de armas no mundo: "Pintei a bandeira dos países produtores de armas com as cores do arco-íris. Quando existe a bonança nós zelamos por horizontes parecidos ao arco-íris que simboliza a bonança no mundo que vem depois da tempestade", explicou.

Segundo ele, são esses grandes produtores mundiais que mais ganham com a guerra. Ganham quando vendem canadianas para os mutilados, ou seja, ganham duplamente em cima do sofrimento dos outros. "Para este trabalho inspirei-me na sociedade, mas não essa sociedade em que eu me encontro, mas sim numa sociedade que está a sofrer, uma outra sociedade mais pobre, não estou a falar pobre de espírito, pobre de não ter o que comer, não ter casa para dormir, mas por estar a ser massacrado e torturado pelas grandes super-potências, as produtoras de armas".

"O senhor das armas não gosta de crianças", com esse coro Izabela Brochado cantou a música de Renato Russo a "Canção do Senhor da Guerra" que retrata a questão das crianças, e de como elas são as grandes vítimas nessa guerra. Segundo Izabela, toda a exposição traz um tema muito actual. "É um trabalho que mistura palavras, imagens, sobreposições e é bem o que a guerra faz. Ela vem e destrói alguma coisa que estava construída anteriormente e fica essa coisa descontínua, as casas, as cidades, as pessoas. Os quadros passam isso, essa descontinuidade, algo que interfere sobre a imagem que está abaixo", comentou.
EB